quarta-feira, 26 de setembro de 2007




Lágrimas do Itajaí



O peixe
triste
solta
lágrimas
imperceptíveis
nas águas
turvas
de garrafas pet.

Papéis
voam como pipas
em busca de um lugar
ao sol.

Sacolas, argolas, gaiolas e pneus,
juntam-se no balançar das águas do rio,
amontoados de coisas que produzimos,
inimagináveis,
rimos a rima sem nenhuma poesia,
não há lugar para as pedras no rio,
não há lugar para os peixes,
não há lugar,
não há lugar
para a vida.


Rodrigo Rafael Giovanella, (Kico).

Nenhum comentário: