segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Majestic

Alberto Lisboa Cohen

Dorme Poeta que a Cidade vela por ti.
Ela guarda os passos que andaste,
diz os versos escritos em tantas madrugadas
de janelas abertas para belezas e saudades,
e tua face, Poeta, está em todas as ruas.
Em cada menino Mário persiste o Mário menino
que, imaginariamente, correu pelas calçadas
deste definitivo teu Porto de chegada,
e os namorados sabem de cor os pássaros
que fizeste pousar em suas mãos
e, em seguida, voar para outros namorados.
Dorme Poeta que a Poesia vive por ti.
Como previste, Ela vale pela eternidade
do teu quartinho discreto, papéis manuscritos,
musas de mil sonhares e um maço de cigarros.
Dorme Poeta. Teus cata-ventos não param de girar.

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