REGISTROS DA MEMÓRIA
Vento que me trouxe
Pelas águas da enchente
Problemas de asma
E a amargura da perda
Foi, talvez, um desatino
Destino de meu pai
Parar nesta cidade
Onde os dias ficam parados
Mas, ganhamos
Novos aprendizados
O olhar da criança
Ainda é de criança
No corpo adulto
O circo
Que sempre
Veio a esta cidade
Nunca entrei,
O palhaço
Soltou-me um sorriso
E eu caminhei
Com vontade
de estar lá dentro
o tempo foi
e percebi que a escola
me deixou marcas,
sementes de milho
e tampinhas de refrigerante
que tive de me ajoelhar
Saudade
Do pão de milho,
Das guerras de goiabas
E do engendrar de cabanas
Algo está dentro de mim
Desse tempo,
A memória
De correr descalço
Pelas ruas da cidade.
Digo, Indaial,
Ainda é,
Porém,
Já foi,
Agora me preocupo
Com a memória conturbada,
O momento presente,
Apagado na evolução da internet
Surge
Um conflito
Entre as rosas e os gritos,
Gente chorando,
Rindo,
Roubando,
Doando para amenizar a sua consciência.
Os sapatos
Estão cheios de flores,
A vila
Cheia de sombra
Habita o índio,
O professor
Está demasiadamente cansado,
A aula sempre a mesma?
Não!
A violência que é emergente.
Susto na alma,
e a pergunta:
que barco leva a este planeta?
A calma
Continua na tempestade
Da colina,
O colono morreu
Foi enterrado dentro
De uma enorme melancia.
Espelhos refletem
O filme do passado
O menino grande
Era pintado de cinza,
Hoje, se veste de cores
E máscaras de pudim
Pai,
Que água
Trouxe-me aqui?
Pé ante pé,
Caminho no escuro
À procura da luz,
O câncer
Dá voltas dentro dos pulmões,
Melados açucarados
Dentro das dentaduras,
A arcada dentária
Foi censurada.
Pai,
Quanta tristeza
Dentro dos olhos,
Quantas palavras ditas
Por ti
Observo
Os animais transgênicos
Dentro do supermercado
E o homem
Transpassado e marcado
Pelo código de barra,
Sento ao lado
Da minha boneca de pano,
Minha esperança,
Estrela que
Brilha dentro
Do coração
Vento que me trouxe
Pelas águas da enchente
Problemas de asma
E a amargura da perda
Foi, talvez, um desatino
Destino de meu pai
Parar nesta cidade
Onde os dias ficam parados
Mas, ganhamos
Novos aprendizados
O olhar da criança
Ainda é de criança
No corpo adulto
O circo
Que sempre
Veio a esta cidade
Nunca entrei,
O palhaço
Soltou-me um sorriso
E eu caminhei
Com vontade
de estar lá dentro
o tempo foi
e percebi que a escola
me deixou marcas,
sementes de milho
e tampinhas de refrigerante
que tive de me ajoelhar
Saudade
Do pão de milho,
Das guerras de goiabas
E do engendrar de cabanas
Algo está dentro de mim
Desse tempo,
A memória
De correr descalço
Pelas ruas da cidade.
Digo, Indaial,
Ainda é,
Porém,
Já foi,
Agora me preocupo
Com a memória conturbada,
O momento presente,
Apagado na evolução da internet
Surge
Um conflito
Entre as rosas e os gritos,
Gente chorando,
Rindo,
Roubando,
Doando para amenizar a sua consciência.
Os sapatos
Estão cheios de flores,
A vila
Cheia de sombra
Habita o índio,
O professor
Está demasiadamente cansado,
A aula sempre a mesma?
Não!
A violência que é emergente.
Susto na alma,
e a pergunta:
que barco leva a este planeta?
A calma
Continua na tempestade
Da colina,
O colono morreu
Foi enterrado dentro
De uma enorme melancia.
Espelhos refletem
O filme do passado
O menino grande
Era pintado de cinza,
Hoje, se veste de cores
E máscaras de pudim
Pai,
Que água
Trouxe-me aqui?
Pé ante pé,
Caminho no escuro
À procura da luz,
O câncer
Dá voltas dentro dos pulmões,
Melados açucarados
Dentro das dentaduras,
A arcada dentária
Foi censurada.
Pai,
Quanta tristeza
Dentro dos olhos,
Quantas palavras ditas
Por ti
Observo
Os animais transgênicos
Dentro do supermercado
E o homem
Transpassado e marcado
Pelo código de barra,
Sento ao lado
Da minha boneca de pano,
Minha esperança,
Estrela que
Brilha dentro
Do coração
Rodrigo Rafael Giovanella (Kico)
Indaial,11julho de 2007.
Um comentário:
Kico...acho que comungamos de uma verve neo-dadá, que provoca risos nervosos. Tô adorando te ler e te saber um pouco mais...que bom que o tempo passa...
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