sexta-feira, 27 de julho de 2007

(Foto: Mario Holetz)


Marinha
Marco Antonio Struve

A beira do mar
Nuvens vão crescendo
Com um rio de gestos brancos
Girando sobre a manhã

Na primeira hora
O sol de papel de embrulho
Desliza atrás dos olhos fechados
Que se impregnam de terra

O vento escorrendo imóvel
Agita nos bolsos das roupas penduradas
Geografias de lembranças

Diário e lento alguém caminha
Alem do sonho e da lua
Cantando coisas que não ouço.

Um comentário:

Arian disse...

O vento frio seca as lágrimas frescas que a alma despeja sobre cinzas tardes... a garganta embarga com sons sibilantes que se espalham por entre galhos secos que erguem seus braços tentando atingir o sol escondido pelas nuvens... numa dança frenética os sons secos escondem o prazer da seiva que escorre pelas coxas e pelas entranhas... enquanto que o menino solitário empina sua pipa em terreno baldio. Vai-se a lágrima, vai-se a seiva, vai-se a pipa, vai-se o tempo, tudo levado pelo vento... Abraço amigo.