terça-feira, 21 de agosto de 2007


(Mario Holetz)









GRECO-PARNASIANO




O céu ainda é o mesmo e é o mesmo astro que ilumina
Inertes, seculares ruínas, sustentáculos e portais.
Como a Fênix sobranceira, que das cinzas renasceu,
Esta progênie sobreviveu aos golpes de zoilos mortais.

Absorto em diuturnos pensamentos, Homero pôe-se a compor:
Heróis, glórias, o amor em sua última Epopéia!
Evolando-se sobre faléias, fora um mágico etopeu
Nas linhas que escreveu na verdadeira Odisséia.

A coragem de Ulisses, os poemas de Homero
E os prazeres de Eros em idílicos sonetos;
Quanta envolvência em feéricas elegias
Um mundo de utopias, posto em versos de quartetos.

Esse universo de Elfos e Euterpes infindas
Das Cidades-Estado, acrópoles lindas,
E dos templos sagrados; de Etólia e de Eubéia...

Maravilhas puras de sacro misticismo,
Do mais verídico e único eudemonismo
Em linhas avulsas de uma longa etopéia.

Mas letais foram as marcas do tempo,
Como em Creta, Esparta, Atenas;
Restaram no solo apenas os fragmentos de um passado.

Finais lúgubres, árduos momentos,
Tal qual como se fora em Pompéia,
Deixando, sob a lava letéia,
Seus segredos tão lacrados...

Os lindos versos de Píndaro, a envolvente Afrodite...
Todo esse mundo ainda existe: cada mito e cada Deus.
Não serão miríades de anos, na epiódia da eversão,
Que nos afastarão
Daquela prole de Zeus!







Mauro Celso de Aguiar

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