sexta-feira, 23 de novembro de 2007

PORQUE NO TE CALAS?
Raul Longo

Porque no te calas, Dom?
Nem te envergonhas das civilizações
que exterminastes?
Incas, Maias e Astecas...
Sabedorias acima da alguma
que mal soubeste herdar dos 8 séculos
de pacientes mestres árabes.

Nada aprendes!

Porque não te calas, Senhor?
Nem te arrependes dos tantos de mim
que espoliastes da Patagônia à Califórnia?

Pirata, mercenário, usurpador:
acaso não te acordas
das tantas que estupraste?
Da gente que seviciaste?

Pelos povos que usurpaste
em América,
Ásia, África,
porque não te calas?

A quem te arrogas,
se sequer és dotado da galantaria
que a Quixote serviu?


Que ficção é essa
que crias para ti,
reizete de merda?

De Guernica
és o lado que o Mestre
sequer retratou,
pois se nunca estiveste
no desespero de tua
própria gente,
por quem te crês?

Cala-te e
devolve minha prata,
reponha meu ouro
bucaneiro arrogante!

Cala-te e
reconheça tua insignificância
que de majestosa só tem
a expressão da falência
de uma instituição anacrônica,
tardia em minha história.

A quantos ainda crês
como teus súditos?
Aqui nada és além de mero decorativo,
ridícula memória da vergonha
de um império há muito falido.

Porque não te calas, hombre?-

- Raul Longo
pousopoesia@ig.com.br
www.sambaqui.com.br/pousodapoesia
Ponta do Sambaqui, 288688.051-001 - Floripa/SC
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